E porque não acordar de um sonho acordado, com um carro a buzinar, porque simplesmente parou no trânsito? Nada existia, apenas ela na sua cabeça, não se concentrava em nada... Acho que ficava mais engraçado
Concordo. O prólogo (uma espécie de) começa a ser apaixonante, gosto de livros que me agarrem e não daqueles que eu apenas agarro para ler. A ideia que queria partilhar era a oposta à que tiveste. O João dava conta da existência da Tânia, mas nunca se viria a perceber que era amor o que ele sentia. Em Coimbra (ou em outro local) conhecia uma rapariga, por quem pensaria estar apaixonado, mas a sua relação com ela estava a ficar "reduzida" a um não gostar daquilo que ela era e estar sempre a tentar mudá-la, como por exemplo não ler o mesmo autor, não ouvir a mesma canção. E, depois de muito enredo, perceber, quando estava parado no trânsito a pensar na Tânia, que afinal tentava mudar a outra porque queria que ela o fizesse sentir a Tânia. Basicamente ele tinha vivido a negação de algum dia se apaixonar por uma prostituta. Quem é que se iria apaixonar por uma prostituta?...
Não sei se me consegui fazer entender...
Primeira parte da história: Ele conhece a Tânia e vicia-se nas suas histórias, nas suas conversas.
Segunda parte da história: Ele vai para Coimbra e apaixona-se. Vive uma paixão intensa, carnal, mas vai-se apercebendo que fora sexo não têm nada em comum e tenta mudá-la.
Terceira parte: Apercebe-se que a tentativa de a mudar é apenas para a pôr parecida com a verdadeira pessoa que ele amou, mas que tarde se apercebeu.
Quarta parte: Será que ela sentia o mesmo? Será que vale a pena voltar? Será que ela ainda está no mesmo sítio? Será que ela continua a ser a mesma pessoa?
No final: Não os punha aos beijos e abraços. Acabava apenas com uma frase que deixasse em aberto, que pusesse o leitor a sonhar com o que terá acontecido. É sempre bom quando lemos um livro e dizemos "Já acabou...", mas que dê a entender que têm um futuro pela frente e um mundo de possibilidades e compatibilidades.
A Tânia tem de ser uma personagem em que o leitor se apaixone por ela. Pura, compreensiva, misteriosa, culta (não pelos seus estudos, porque a sua vida nunca permitiu, mas pela leitura), mas ao mesmo tempo cruel, porque o João tinha de pagar apenas para conversar. Ela não se podia dar ao luxo de perder tempo com borlas. A única vez que ele não ia pagar seria talvez a última em que se ia despedir, antes de ir para Coimbra.
O João seria uma pessoa com formação, talvez um advogado, uma profissão que obrigatoriamente não o permitisse relacionar-se com uma prostituta, porque isso era contra a lei e iria pôr a sua carreira em risco se alguém descobrisse.
Isso no fundo é o que acontece em quase todas as relações... Há sempre uma tendencia para mudar as pessoas à nossa imagem... As dúvidas das crises que todos os casais atravessam!!
Seria muito óbvio. Acho que é bonito pensar que se está apaixonado, sentir amor, um amor que confunde a razão, ao ponto de não ver a face de quem ama! Faz-se um clik, quando num simples beijo na face da menina de Coimbra, não se sente a face da puta que se ama
Eu acho que nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário! Um misto das duas. Ou seja, ele perceber que sentia alguma coisa e recusar aceitar que isso que sentia era amor, mas era uma coisa tão confusa que ele próprio não se apercebia mesmo que estava apaixonado. Embora soubesse que sentia algo e que evitava pensar nisso a todo o custo, nunca foi capaz de dar conta que se isso acontecia então era porque estava mesmo apaixonado! Chegando ao ponto de começar a ouvir música mais pesada no carro para não encontrar nada numa letra que o fizesse lembrar-se dessa situação! Uma confusão de sentimentos que pode ser difícil de explicar por palavras mas não deixa de ser um desafio!
Ela sabia o que sentia, foi-se apaixonando, sabia o que queria... Queria o que lhe parecia mais confortavel, o atendimento ao publico... A sua segurança, sempre confundiu o João, desencorajando-o na entrega do seu sentimento!
O João simplesmente não queria saber sentir... Mantendo a sua vida perfeita, vivia com uma modelo em Coimbra, era feliz, nada lhe faltava, mas também nada o preenchia... E foi naquela tarde de Domingo, num simples beijo na face, que ele não lhe descobiu a Tânia... Perturbado fugiu de si mesmo, ao encontro da sua puta... Não sabe como, nem porquê, mas assim que a viu, deu-lhe um beijo na cara, nunca o tinha feito, envergonhado prosseguiu como se nada fosse, abriu um livro e divagaram num poema particularmente especial... Continuava feliz, mas agora completo, porque finalmete sabia o que sentia...
Estou estupefacto com as vossas geniais ideias. Mais uma vez, vai-me ser dificil assimilar tudo. Lá vou eu mastigar devagar, para nºao vomitar em vez de escrever :) Abraço de bem haja aos três :)
As personagens vivem num mundo confuso em que a maior complicação é se estar sempre a complicar o que poderia ser tão fácil, tão óbvio para os que estão "de fora".
14 comentários:
E porque não acordar de um sonho acordado, com um carro a buzinar, porque simplesmente parou no trânsito?
Nada existia, apenas ela na sua cabeça, não se concentrava em nada... Acho que ficava mais engraçado
boa ideia!!...
Do estilo de parar num cruzamento e sonhar...
também me parece muito bem! Acho que é aquele tipo de coisa que já aconteceu a toda a gente mas no entanto é menos "cliche" do que o despertador!
Concordo.
O prólogo (uma espécie de) começa a ser apaixonante, gosto de livros que me agarrem e não daqueles que eu apenas agarro para ler.
A ideia que queria partilhar era a oposta à que tiveste. O João dava conta da existência da Tânia, mas nunca se viria a perceber que era amor o que ele sentia. Em Coimbra (ou em outro local) conhecia uma rapariga, por quem pensaria estar apaixonado, mas a sua relação com ela estava a ficar "reduzida" a um não gostar daquilo que ela era e estar sempre a tentar mudá-la, como por exemplo não ler o mesmo autor, não ouvir a mesma canção. E, depois de muito enredo, perceber, quando estava parado no trânsito a pensar na Tânia, que afinal tentava mudar a outra porque queria que ela o fizesse sentir a Tânia. Basicamente ele tinha vivido a negação de algum dia se apaixonar por uma prostituta. Quem é que se iria apaixonar por uma prostituta?...
Não sei se me consegui fazer entender...
Primeira parte da história: Ele conhece a Tânia e vicia-se nas suas histórias, nas suas conversas.
Segunda parte da história: Ele vai para Coimbra e apaixona-se. Vive uma paixão intensa, carnal, mas vai-se apercebendo que fora sexo não têm nada em comum e tenta mudá-la.
Terceira parte: Apercebe-se que a tentativa de a mudar é apenas para a pôr parecida com a verdadeira pessoa que ele amou, mas que tarde se apercebeu.
Quarta parte: Será que ela sentia o mesmo? Será que vale a pena voltar? Será que ela ainda está no mesmo sítio? Será que ela continua a ser a mesma pessoa?
No final: Não os punha aos beijos e abraços. Acabava apenas com uma frase que deixasse em aberto, que pusesse o leitor a sonhar com o que terá acontecido. É sempre bom quando lemos um livro e dizemos "Já acabou...", mas que dê a entender que têm um futuro pela frente e um mundo de possibilidades e compatibilidades.
A Tânia tem de ser uma personagem em que o leitor se apaixone por ela. Pura, compreensiva, misteriosa, culta (não pelos seus estudos, porque a sua vida nunca permitiu, mas pela leitura), mas ao mesmo tempo cruel, porque o João tinha de pagar apenas para conversar. Ela não se podia dar ao luxo de perder tempo com borlas. A única vez que ele não ia pagar seria talvez a última em que se ia despedir, antes de ir para Coimbra.
O João seria uma pessoa com formação, talvez um advogado, uma profissão que obrigatoriamente não o permitisse relacionar-se com uma prostituta, porque isso era contra a lei e iria pôr a sua carreira em risco se alguém descobrisse.
Isso no fundo é o que acontece em quase todas as relações... Há sempre uma tendencia para mudar as pessoas à nossa imagem... As dúvidas das crises que todos os casais atravessam!!
Seria muito óbvio. Acho que é bonito pensar que se está apaixonado, sentir amor, um amor que confunde a razão, ao ponto de não ver a face de quem ama!
Faz-se um clik, quando num simples beijo na face da menina de Coimbra, não se sente a face da puta que se ama
Eu acho que nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário! Um misto das duas. Ou seja, ele perceber que sentia alguma coisa e recusar aceitar que isso que sentia era amor, mas era uma coisa tão confusa que ele próprio não se apercebia mesmo que estava apaixonado. Embora soubesse que sentia algo e que evitava pensar nisso a todo o custo, nunca foi capaz de dar conta que se isso acontecia então era porque estava mesmo apaixonado! Chegando ao ponto de começar a ouvir música mais pesada no carro para não encontrar nada numa letra que o fizesse lembrar-se dessa situação! Uma confusão de sentimentos que pode ser difícil de explicar por palavras mas não deixa de ser um desafio!
Gosto!!!
E a outra menina de Coimbra? O que sente ele?
Isso foi o que eu quis dizer, se calhar não me expliquei bem, mas isto a 3 cabeças é brutal... T.N. (Tudo Nosso)
Gosto da frase:
"quando num simples beijo na face da menina de Coimbra, não se sente a face da puta que se ama"
Ela sabia o que sentia, foi-se apaixonando, sabia o que queria...
Queria o que lhe parecia mais confortavel, o atendimento ao publico...
A sua segurança, sempre confundiu o João, desencorajando-o na entrega do seu sentimento!
O João simplesmente não queria saber sentir... Mantendo a sua vida perfeita, vivia com uma modelo em Coimbra, era feliz, nada lhe faltava, mas também nada o preenchia...
E foi naquela tarde de Domingo, num simples beijo na face, que ele não lhe descobiu a Tânia... Perturbado fugiu de si mesmo, ao encontro da sua puta... Não sabe como, nem porquê, mas assim que a viu, deu-lhe um beijo na cara, nunca o tinha feito, envergonhado prosseguiu como se nada fosse, abriu um livro e divagaram num poema particularmente especial... Continuava feliz, mas agora completo, porque finalmete sabia o que sentia...
Estou estupefacto com as vossas geniais ideias. Mais uma vez, vai-me ser dificil assimilar tudo. Lá vou eu mastigar devagar, para nºao vomitar em vez de escrever :)
Abraço de bem haja aos três :)
É uma frase bonita e com muito sentimento...
As personagens vivem num mundo confuso em que a maior complicação é se estar sempre a complicar o que poderia ser tão fácil, tão óbvio para os que estão "de fora".
Nem tudo se sente como se vê, e nem sempre se vê o que se sente!!!
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